2009/10/06

QUANDO O MÉDICO FALA DA CRUZ

Tem início a crucificação. Os carrascos despem-no, cada fio de tecido adere à carne viva: ao levarem a túnica laceram-se as terminações nervosas postas a descoberto pelas feridas. Há o risco de toda aquela dor provocar uma síncope, mas ainda não é o fim.

Jesus é deitado de costas na madeira áspera. Os executores pegam num prego (um longo prego), apoiam-no sobre o pulso de Jesus, com um golpe certeiro plantam-no e rebatem sobre a madeira.
O nervo mediano foi atingido: uma dor lancinante, agudíssima, que se difunde pelos dedos e espalha pelos ombros, atingindo o cérebro; a dor mais insuportável que um homem pode sentir, a que é produzida pela lesão dos grandes troncos nervosos.
O nervo foi atingido apenas em parte; a lesão continua em contacto com o prego e o nervo vai esticar-se fortemente quando o corpo for levantado na cruz, a cada movimento vai vibrar despertando dores dilacerantes. Um suplício que durará horas.

Jesus não bebe nada desde a tarde anterior. A garganta seca queima e estendem-lhe uma bebida ácida. Tudo aquilo é uma tortura atroz.

Os músculos “enrijecem-se” como em alguém com tétano. Essa contracção vai-se acentuando: os deltóides e bíceps (e os dedos curvam-se), os músculos do abdómen, os intercostais, os do pescoço, os respiratórios.
O ar já não consegue sair, respira com o ápice dos pulmões. Precisa de ar como um asmático em plena crise.

Num esforço sobre-humano, toma ponto de apoio sobre o prego dos pés. Eleva-se aos poucos, aliviando a tracção dos braços, e os músculos do tórax distendem-se. Os pulmões esvaziam-se, a respiração torna-se mais profunda.
Jesus consegue falar. O corpo afrouxa-se de novo e a asfixia recomeça. De cada vez que fala tem que fazer este esforço

Todas as suas dores, cãibras, sede, asfixia, o latejar dos nervos medianos… Às três da tarde, Jesus brada:
…………“Está consumado. Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito”. E morre, por mim.

(adaptado de Dr. Barbet, cirurgião francês)
Mais em On the physical death of Jesus Christ, W. Edwards et al (Journal of the American Medical Association; March 21, 1986)


Mas Deus demonstra o seu amor por nós: Cristo morreu em nosso favor quando ainda éramos ainda pecadores. (ler Romanos 5:8)

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