2009/09/14

2º CERTO OU ERRADO?

Implicações morais do materialismo (e Evolucionismo)

Percebemos as implicações morais do materialismo? Se tudo é matéria, e a nossa personalidade é definida essencialmente pelos genes, um assassino não o é porque quer, mas porque “nasceu assim”.
Onde fica a nossa vontade e liberdade? Não passamos de escravos da nossa estrutura genética?
Se a consciência é apenas resultado de fluxo de electrões, as pessoas não passam de processos materiais, não são seres humanos livres…


- Como explicar a moralidade com base no evolucionismo materialista?

…qualquer tipo de política que esteja baseada no Darwinismo para mim seria uma má política, seria imoral. Noutras palavras, sou um fervoroso darwinista quando se aplica à ciência, quando se aplica para explicar o mundo; sou um fervoroso anti-darwinista quando se aplica à moralidade e política. (Dawkins, evolucionista)

Mas as ideias têm o seu preço. É impossível limitar o Evolucionismo ao lado “científico”, excluindo o lado moral. Ambos estão ligados, não são independentes. Se o aceito biologicamente, isso acaba por ter consequências na moralidade.

Edward Wilson (evolucionista) afirma que o senso de moralidade evoluiu como nós evoluímos: selecção natural.
Admite que, embora haja pouco progresso na exploração biológica dos sentimentos morais, o processo pelo qual as pessoas passaram os genes para a descendência através das gerações deu origem à moralidade.
Ou seja, a moralidade é determinada material/geneticamente. Está baseada nos sentimentos ou instintos herdados, e não num padrão objectivo de certo e errado.


Se os elementos materiais fossem os únicos responsáveis pela moralidade, Hitler não teve responsabilidade moral no que fez — tinha apenas moléculas! Isto não faz sentido…

“Pensamentos humanos e leis morais transcendentes não são materiais, como leis da lógica e matemática também não o são. São entidades imateriais que não podem ser pesadas ou fisicamente mensuradas. Como resultado, não podem ser explicadas em termos materiais, através da selecção natural.” (Geisler & Turek)

A moralidade também não é instinto, por exemplo:
Se souberes que alguém está a ser assaltado, o teu instinto mais forte pode ser ficar em segurança e não te envolveres. O teu instinto mais fraco (se assim se pode chamar) pode ser o de ajudar.
Com estes dois impulsos, encontramos dentro de nós uma terceira coisa que nos diz que devemos seguir o impulso de ajudar e suprimir o outro. Esta coisa julga entre dois instintos, decide qual é que deve ser encorajado e é a lei moral. (C.S. Lewis)

Wilson diz que a moral social evoluiu porque aquelas morais "cooperativas" ajudaram os humanos a sobreviverem juntos (a sobrevivência nem devia ser considerada como um objectivo da evolução, porque o Evolucionismo define-se por um processo não inteligente e sem um objectivo final); mas mesmo que seja considerada como objectivo, como se explicam comportamentos auto-destrutivos ou a subversão dos próprios instintos de sobrevivência para ajudar outros, causando por vezes a própria morte? Selecção natural?

Porque é que devo obedecer a um "sentimento moral". Porque é que não devemos matar ou roubar para obter o que queremos? O poderoso deve "cooperar" com o mais fraco, se pode viver melhor a explorá-lo? A selecção natural também não explica isto.

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Peter Singer (evolucionista, professor de Princeton) usou o darwinismo para afirmar que "a vida de um recém-nascido tem menos valor do que a vida de um porco, de um cão ou de um chimpanzé". Não temos bases para dizer que os seres humanos são melhores do que as outras espécies.
Quais são as consequências destas ideias? O exemplo pode não reflectir a opinião de todos os evolucionistas (assim espero!), mas é real e é apoiado no Evolucionismo.
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Randy Thornhill e Craig Palmer afirmam que estupro é um fenómeno natural e biológico, produto da herança evolucionista humana, tal como as manchas do leopardo e o pescoço comprido da girafa…
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Falando de pessoas com atraso mental:
A conclusão natural, de acordo com a doutrina que estamos a considerar [Darwinismo], seria que a sua situação é de simples animais. Deveríamos ir adiante e concluir que podem ser usados como animais não-humanos: como animais de laboratório ou como comida? (James Rachels)


Na prática é isto que o Evolucionismo implica. Só se pode ter bases objectivas para discordar se apelarmos para um padrão objectivo de lei moral.
A evolução não dá razões morais que justifiquem o facto de não devermos matar bebés, usar humanos como “ratos de laboratório” ou violar alguém. Hitler não pode ser condenado pelos evolucionistas porque o darwinismo diz que os comportamentos são determinados geneticamente.
Não acredito que a maioria dos evolucionistas pense assim, mas estas são, de facto, as implicações do materialismo na moralidade. Não permite um padrão moral objectivo.


De que forma a Evolução lida com a moralidade? Não é fácil explicar como é possível haver certo e errado objectivos (que todos sabemos existir).
Não existem evidências de que a selecção natural possa ser responsável pela moralidade, e essas ideias levam a conclusões chocantes como as que vemos acima.

As leis são formadas na perspectiva da moralidade. Mas de quem é a moralidade que está a ser usada para legislar?
Quem é que diz que matar ou violar é errado? Existe um padrão absoluto de certo e errado no coração de todo o ser humano.
** Consulta “3º A moralidade não é relativa”, em Reflexões


Essa lei moral tem uma fonte mais elevada que nós mesmos porque é uma prescrição que está em todas as pessoas. Uma vez que as prescrições têm sempre um autor – não surgem do nada – existe o Autor da lei moral.

Isso não quer dizer que os ateus não sejam seres morais ou que não compreendam o que é certo ou errado! A lei moral está neles como em qualquer pessoa. Contudo, embora possam acreditar num certo e errado objectivos, não têm como justificar essa crença (a menos que admitam o Criador da lei moral, deixando de ser ateus).
(Geisler & Turek)


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