2009/09/14

3º MORALIDADE NÃO É RELATIVA

A verdade é absoluta e passível de conhecimento.
Negar a verdade absoluta é uma afirmação falsa em si mesma. Se eu digo “
não existe verdade!”, estou a reconhecer que existe esta verdade (esta: “não existe verdade!”). Então também não posso garantir que não existam outras verdades; é o princípio da não-contradição. E se disser “Ninguém pode conhecer a verdade!”, então como é que eu sei isso? É uma lógica que se auto-refuta.

Método infalível para convencer alguém que nega a lei da não-contradição: espancar e queimar essa pessoa até que admita que ser espancado não é a mesma coisa que não ser espancado e que ser queimado não é a mesma coisa que não ser queimado! (Avicena, filósofo muçulmano medieval)
É extremo, mas dá para perceber a ideia! :P


Então existe verdade absoluta, e existe uma
lei moral objectiva.
A lei moral nem sempre é o padrão pelo qual tratamos os outros, mas praticamente sempre é o padrão de acordo com o qual esperamos que os outros nos tratem. Não descreve a forma de nos comportarmos, mas como nos devemos comportar.

Jay Budziszewski (professor da Universidade do Texas) chama este conhecimento básico de certo e errado de "aquilo que não podemos não saber". Não podemos não saber, por exemplo, que é errado matar seres humanos inocentes sem razão.
Como todas as leis morais absolutas o homicídio é errado para todos, em qualquer lugar.

"Toda a gente conhece certos princípios. Não existe uma terra onde o assassínio seja uma virtude e a gratidão um defeito" (Budziszewski)

Embora se dissemine que a moralidade é relativa, os valores morais fundamentais são absolutos e transcendem culturas. As diferenças podem surgir quando há uma interpretação ou aplicação diferente dos absolutos morais, mas não uma rejeição.
Diferenças culturais não reflectem diferenças efectivas nos valores morais fundamentais.

Exemplos:
~ Parafraseando Francis Beckwith: se os hindus reverenciam as vacas e os europeus as comem, existe uma diferença essencial entre os valores morais de europeus e hindus? Não.
A religião dos hindus leva-os a reverenciar alguns animais. Se podem ter a alma da avó, não os vão comer ou matar! Na Europa não se acredita em reencarnação, então comemo-los livremente.
O que parecia uma diferença moral afinal é uma concordância: ambos acreditam que é errado comer a avó! Este
valor moral fundamental é absoluto. Discordam apenas se a alma da avó está ou não no animal.
~ A saudação. Todas as culturas têm uma forma de saudação como expressão de amor/respeito, mas diferem muito quanto à forma dessa saudação: um beijo, um abraço, uma vénia. O que deve ser feito é comum a todas as culturas, mas como deve ser feito varia. O valor moral é absoluto, mas a forma como é praticado é relativa.


Se a lei moral não existisse, não existiria diferença moral entre o comportamento de Madre Teresa de Calcutá e o de Hitler. Afirmações como “Assassinar está errado” ou “O racismo é errado” seriam só opiniões de alguém, como “Chocolate é melhor que baunilha”. A lei moral não depende de sentimentos ou preferências.

“…o meu argumento contra Deus era que o Universo parecia demasiado cruel e injusto. Mas como é que eu tinha esta ideia de justo e injusto? Um homem não diz que uma linha está torta até que tenha uma ideia do que seja uma linha recta. Estava a comparar o Universo com o quê quando o chamei de injusto?” Com esta percepção de Autor da lei moral, C.S.Lewis deixou de ser ateu.


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